Ora força e coragem, um dia você foi medo.
Sei que as mãozinhas pequenas já procuraram lugar para apoiar-te, sei que já encheste os olhos pequenos com lágrimas.
Fui procurar teus medos porque ainda ontem pensei que não houvesse nenhum, mas não encontrei, te vi um emaranhado de coragem e força. Tive então que trocar meus olhos. Incrível. A menininha dos dentes de leite e do pensamento frágil está aí dentro de você.
Alguém pisoteou teu coração?
Me deixa explicar. Quando troquei de olhos pra ver-te melhor, me assustei. A menininha está encolhida. Você construiu uma cerca em volta dela, para que teus medos não saíssem de dentro de você. Então, vendo que o medo escaparia, colocaste a menininha em uma redoma de vidro. Ela chora.
Liberte a menininha, deixe que as lágrimas que ela tem nos olhos saiam pelos teus, me conte dos teus medos. Por favor, não deixa que uma só lágrima caia longe de mim. Não deixa que caiam no chão, o chão é frio e as lágrimas se machucam. Deixa que caiam em mim.
Quando parei pra conversar com a menininha, não ouvi direito a sua voz, por conta do vidro grosso que a envolvia, tudo fez sentido.
Fui eu. Eu quem pisoteei teu coração. Parei de ouvir sua própria voz e observei de bem longe suas lágrimas caírem. Deixei com que caíssem no chão.
Eu não quis. Mas minha voz não alcança mais os ouvidos da menininha, diga a ela que eu não quero mais que as suas lágrimas caiam no chão.
Vou continuar explicando. Se disseres isso a ela, não é como falar sozinha, é diferente. A menininha das lágrimas, dos medos e dos pavores é você mesma. É a parte sensível que completa teu coração. É assim que eu te vejo. Tua coragem me encoraja, mas a menininha dos medos derruba lágrimas constantemente. Ela é sensível, ela sabe que se suas lágrimas caírem em mim, eu posso ajudar. Ela sabe de tanta coisa. É dela que vem a confiança.
Ora, eu sou a mesma, deixa que ela saia de novo, aos pouquinhos. Primeiro a redoma, depois, quem sabe a cerca. Ela é pequena, mas ela sabe que tem que sair. Uma parte de você sabe disso, deixa que ela coloque o primeiro pézinho pra fora, e quando eu puder segurar-lhe a mão, ela vai entender que eu não quero que as lágrimas caiam longe de mim.
Ela confia em mim, só não esquece que ela ainda é você.
Quando parei pra conversar com a menininha, não ouvi direito a sua voz, por conta do vidro grosso que a envolvia, tudo fez sentido.
Fui eu. Eu quem pisoteei teu coração. Parei de ouvir sua própria voz e observei de bem longe suas lágrimas caírem. Deixei com que caíssem no chão.
Eu não quis. Mas minha voz não alcança mais os ouvidos da menininha, diga a ela que eu não quero mais que as suas lágrimas caiam no chão.
Vou continuar explicando. Se disseres isso a ela, não é como falar sozinha, é diferente. A menininha das lágrimas, dos medos e dos pavores é você mesma. É a parte sensível que completa teu coração. É assim que eu te vejo. Tua coragem me encoraja, mas a menininha dos medos derruba lágrimas constantemente. Ela é sensível, ela sabe que se suas lágrimas caírem em mim, eu posso ajudar. Ela sabe de tanta coisa. É dela que vem a confiança.
Ora, eu sou a mesma, deixa que ela saia de novo, aos pouquinhos. Primeiro a redoma, depois, quem sabe a cerca. Ela é pequena, mas ela sabe que tem que sair. Uma parte de você sabe disso, deixa que ela coloque o primeiro pézinho pra fora, e quando eu puder segurar-lhe a mão, ela vai entender que eu não quero que as lágrimas caiam longe de mim.
Ela confia em mim, só não esquece que ela ainda é você.