terça-feira, 3 de maio de 2011

Ao seu adeus,

Postado por Djessyka às 18:27
No momento em que o homem entrou no ônibus, o cheiro de bebida forte impregnou nos narizes dos passageiros mais próximos. Estava completamente bêbado. Fazia frio.
Tirou do bolso uma nota com valor alto demais para que houvesse troco, a cobradora recusou e o homem insistiu sem sucesso.
Primeiro, uma garota ofereceu-se para pagar-lhe a passagem, recusou. "Tenho dinheiro"- Disse. Procurou nos bolsos de seu casaco notas com valores menores. Não encontrou. Os passageiros miravam-lhe com os olhos como se fosse algum criminoso, um doente, um assassino.
Depois, a senhora de cabelos tingidos. "Perdi meu filho mais velho" foram as palavras que ela ouviu saindo pela boca do bêbado. A mulher contou trocados e pagou-lhe a passagem. Pediram pra que o homem se sentasse em um lugar que sobrava, lágrimas saíam sem parar de seus olhos. Ele havia perdido um filho.
Os olhares curiosos dentro do ônibus pareciam machucá-lo, mas não mais do que a dor que já rasgava-lhe o peito. Os comentários que discriminavam a figura e não entendiam suas lágrimas, eram lançados de um lado para outro e alguns acertavam em cheio o pobre homem.

Contar-lhe-ei a noite de ontem:
*às oito horas da noite criminosos entraram em uma casa, roubaram o que puderam e mataram o homem que esperava pela esposa.
*às nove e quinze a esposa chega em casa e encontra o marido morto.
*Onze horas da noite a maioria dos parentes e amigos é avisada.
*Um pai passa a noite em claro e chora.

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